segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os verdadeiros intelectuais

Os verdadeiros intelectuais não apelam à arrogância acadêmica ou ao fanatismo político-partidário, e portanto vêem fatos do cotidiano, como as eleições do 2º turno, sob cinco grandes escalas:

1) O contexto, ou seja, a sociedade funcionando com as engrenagens da estrutura social, econômica e política, a nível nacional e global, que moldura um fato;
2) A História, ou seja, o passado, presente e futuro a se entrelaçarem num jogo de causa & consequência de um fato;
3) O desenraizamento, ou seja, as opiniões não são reféns de classe social, corporativismo profissional, etnia, credo religioso, times de futebol ou orientação sexual e, portanto, uma idéia não fica presa a um grupo ou outro para se julgar um fato;
4) As medições entre o Absoluto e o Relativo, ou seja, as fronteiras entre o imoral e o moral, o certo e o errado, o sagrado e o profano ou o público e o privado mudam com a época e a sociedade;
5) A relação entre Objetividade e Subjetividade, ou seja, a diferença entre opiniões à mercê de preferências pessoais e impulsos passionais, pensada e dita ao calor da situação, e as opiniões pensadas ao "distanciar-se de uma confusão" para "esfriar a cuca" e, enfim, entender melhor o porquê daquilo com base na observação, investigação, pesquisa.

Não desejo nomear os intelectuais como "salvadores da pátria" ou desmerecer a sabedoria popular, e sim enumerar esses cinco critérios para compreendermos questões ligadas ao aborto, CPMF, casamento gay, PT x PSDB, saúde pública, educação, MST, violência urbana, etc. Muitos internautas e telespectadores arremessam pedras e ofensas com base em fatos isolados, sem testemunhá-los, tomando conhecimento dos mesmos em revistas como a Veja, em boatos de mesa de bar, no sermão do pastor ou no conforto de um condomínio fechado da zona Sul... Por isso que o verdadeiro intelectual lê e ouve muito mais do que fala, pois opinar sobre um tema requer serenidade e estudo, ao contrário de quem diagnostica irracionalmente um acontecimento como “possessão demoníaca”, “sem vergonhice”, “é assim, e pronto!” ou “o final dos tempos”...
Após essa análise, aponto a hipótese: é por essa razão que os intelectuais estão com Dilma, apesar de concordar com o interneuta Spark e de haver outras questões para explicar essa maciça adesão...

Fonte(s):

Informações baseadas em diversas leituras da Antropologia e das Ciências Políticas, não sendo usadas estatísticas ou depoimentos de terceiros citados direta ou indiretamente. Trata-se apenas de interpretações e análises de alguém que não se diz intelectual, mas almeja um dia sê-lo...
Danilo Pinheiro

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